Eu me lembro que queria ser bonita.
E ser bonita, quando eu era criança, era algo reservado somente para algumas meninas.
Quando você era criança tinha em sua sala de aula a menina mais bonita de todas?
Agora escrevendo essas palavras penso em como certas coisas não deveriam existir na vida das crianças.
Mas existia.
Existia a menina que todos os meninos gostavam.
Eu não era essa menina.
Queria ser, mas não era. Definitivamente não era.
Então eu cresci.
Hoje eu olho para as minhas fotos de criança e adolescente, respiro fundo e chego à conclusão (talvez um pouco tardia) que eu era SIM, bonita.
Eu era, você era, éramos sim.
A menina mais bonita da sala… era bonita também.
Como é triste chegar à conclusão que a beleza é utilizada como uma forma de comparação e competição desde tão cedo.
Todas éramos as mais bonitas da sala.
E se agora você não está se sentindo muito bem com a sua aparência, saiba que um dia lá no futuro você verá suas fotos de hoje, e talvez você diga “caramba, como eu não percebia que eu era bonita?”
Fico pensando nisso quando olho no espelho e vejo meus 38 anos nas lombadas da minha testa.
Acredito que com sorte uma Juliana de 50 anos vai um dia olhar para trás e falar: “nossa, como eu era jovem e bonita!”
O que quero dizer com essa história toda é: tente se olhar com carinho.
Não se compare com as outras mulheres porque não precisa existir comparação.
A menina mais bonita da sala não existe.
Só existe você.